Que o marketing de influência cresceu muito nos últimos anos, todo mundo sabe, mas muita gente não imagina o quanto ele reflete em um dos programas mais assistidos da TV brasileira, o Big Brother Brasil.
Não posso dizer que sou fã do reality e que o acompanho de perto, mas as redes sociais não me permitem perder informações sobre o que está acontecendo – queira ou não. E, na final do programa que aconteceu faz pouquíssimo tempo, me veio uma reflexão. O verdadeiro prêmio do programa são os quase 3 milhões de reais que são concedidos ao grande campeão?
De fato, esse valor é muito desejado, mas hoje pode não ser mais o objetivo principal das pessoas que aceitam participar do programa e o marketing de influência explica isso. Os participantes não querem apenas sair com dinheiro, mas com uma comunidade. Eles querem ser digitalmente relevantes. A recompensa em dinheiro é importante sim, mas a imagem construída pode dar resultados ainda melhores. No caso do BBB, metade dos participantes são desconhecidos – conhecidos como Pipoca -, e a outra metade são celebridades e influenciadores – conhecidos como Camarote. E todos têm a oportunidade de alavancar suas carreiras por meio do marketing de influência.
TA! MAS COMO?
A criação de conteúdo para a internet há muito deixou de ser um passatempo. Muitas pessoas alcançam grandes resultados simplesmente exercendo influência, os criadores de conteúdo se tornaram literalmente um “veículo de comunicação”.
O conteúdo humanizado – que nada mais é do que se colocar na perspectiva do seu cliente e usar as redes sociais como se você fosse o melhor amigo dele -, muitas vezes, é mais eficaz do que a propaganda tradicional. Os brasileiros são expostos a centenas de anúncios todos os dias. E algo que chama atenção, mesmo que indiretamente, pode ser efetivo. Por isso, esse mercado é um sucesso.
O maior exemplo é da advogada e grande campeã do BBB21, Juliette. Ela foi um verdadeiro fenômeno do reality show e conquistou uma legião de fãs nas redes sociais – entrou com um pouco mais de 4 mil seguidores e saiu do programa com 24 milhões. Sim, ela ganhou o prêmio em dinheiro, mas apesar disso, ela soube aproveitar a influência que ganhou, fora do programa. Segundo ela mesma em uma entrevista para Tatá Werneck no Lady Night, deu a entender que já ganhou mais de 10 vezes o valor do prêmio (que na época do programa em que ela participou, foi 1.5M de reais).
Mas nem todos os “ex-BBBs” conseguem conquistar isso. De 2020 para cá – principalmente com a participação de influenciadores/celebridades (antes eram somente pessoas desconhecidas) – a maioria dos participantes do reality saem do programa com seguidores na casa dos milhões. A visibilidade é inevitável. No entanto, isso não significa que eles já sejam pessoas influentes, mas que são muito conhecidos.
A influência digital está cada dia mais forte, ganhando destaque em um dos programas mais assistidos da TV brasileira. Hoje, o Prêmio da Influência Digital vale bem mais que os quase 3 milhões de reais oferecidos pelo BBB. Porém, ganhar milhões de seguidores não é suficiente para se tornar um influenciador digital. Para isso, é preciso produzir conteúdo de qualidade e construir uma comunidade engajada e que possa ser influenciada. Sair da “casa mais vigiada do Brasil” com milhões de seguidores pode ser uma mina de ouro.
