Tecnologia

Tecnologia como aliada da acessibilidade para PCDs

Inclusão de pessoas com deficiência que, no Brasil, são 17,3 milhões de pessoas acima dos dois anos, é pauta de grandes empresas, mas ainda passa pelo desafio de conscientização de desenvolvedores.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil conta com cerca de 17,3 milhões de pessoas acima dos dois anos com algum tipo de deficiência (PCD). Apesar de todos terem direitos iguais, muitos ainda encaram o desafio da acessibilidade e inclusão no cotidiano, entre os quais o da tecnologia.

É neste contexto que o conceito de tecnologia acessível se insere: diz respeito sobre o papel dela como ferramenta de inclusão para indivíduos com deficiência, como a visual e auditiva. “É muito comum as pessoas se preocuparem com deficientes visuais, mas o problema é que não existem só eles. Existem os auditivos, daltônicos… Há uma preocupação em nichos, não é algo do mercado sobre o que todos os desenvolvedores estão atentos”, comenta Carlos Rafael, professor de Sistemas de Informações da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e especialista em acessibilidade na web.

Segundo o professor, a grande massa de desenvolvedores sofre com o desconhecimento da causa em questão, e que o trabalho atualmente deve focar na conscientização desses profissionais. Contudo, há também o fato de que, muitas vezes, a falta de conhecimento acerca da acessibilidade é algo amplo da sociedade, e não apenas restrito ao mundo da tecnologia.

O senso comum pode até considerar que cegos e surdos não têm uma relação próxima com as TVs, mas o que identificamos nestes encontros é o total oposto”, afirma Alexandre Gleb, gerente de TV da Samsung Brasil. “As TVs são como as janelas para o mundo e todos precisam ser contemplados quando um produto é desenvolvido. Nossa tecnologia é para todos e vamos continuar trabalhando dentro desta missão”, completa.

Ferramentas e recursos de acessibilidade


A Samsung trabalha sob o lema “Acessibilidade para Todos” e, no ano passado, foi reconhecida pelo órgão britânico Royal National Institute of Blind People acerca da causa. Em seus televisores, a empresa emprega recursos como ajuste de cores para portadores de daltonismo, descrição em áudio, guia de voz, linguagem de sinais ampliada, legendas sem interferência e múltiplas saídas de áudio. As funcionalidades estão presentes nos modelos TVs QLED e Neo QLED de 2022.

“Existem ferramentas. As grandes empresas se preocupam, e fortemente, com a acessibilidade, oferecem para o desenvolvedor meios para que isso aconteça, porém, cabe a ele não negligenciar o básico e fazer com que o sistema operacional ou navegador realmente produzam o efeito desejado, o motivo pelo qual foram criado”, declara Rafael, da ESPM.

Grandes big techs, como a Apple e Google, contam com diversos recursos que aliam tecnologia e acessibilidade em seus sistemas operacionais iOS e Android, por exemplo. Já a Samsung realiza a melhoria de acessibilidade a cada atualização de seu sistema operacional Tizen, que agora é tela cheia, aumentando os ícones e deixando-os mais visíveis. O executivo da empresa explica que os sistemas operacionais podem se tornar mais acessíveis ao contar com mais ferramentas voltadas ao público com alguma deficiência. Além disso, a interface com o usuário também tem que levá-los em consideração.

Ademais, a acessibilidade é importante não só para pessoas com deficiência, mas também para idosos. Um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Offer Wise Pesquisas, mostra que, no ano passado, 97% da população acima dos 60 anos no Brasil utiliza a internet através de dispositivos eletrônicos. Pensando neste público, a ObaBox desenvolveu o ObaSmart Conecta, smatphone com funcionalidades mais simples e ícones aumentados.

Tecnologia em prol do futuro


“As pessoas que produzem as ferramentas que auxiliam os desenvolvedores nos últimos anos têm focado fortemente em acessibilidade. Mesmo que errem na palavra final, as ferramentas já vêm com alertas e testes”, pontua o professor da ESPM. O Firefox é um navegador que cumpre essa proposta. Ao ter uma aplicação web ou móvel, o sistema disponibiliza um ferramental ao desenvolvedor que serve como espécie de auditoria sobre o site, com potenciais pontos de melhoria em prol da inclusão.

“No desenvolvimento tanto web, quanto mobile e desktop, tivemos evolução grande nos últimos anos, mas ainda fica um pouco aquém do desejado”, acrescenta Rafael.

Para a Samsung, um ponto de atuação é dedicar os recursos humanos e tecnologias para criar produtos e serviços que contribuam para uma melhor sociedade global. “A Samsung sempre defendeu um ecossistema de tecnologia inclusiva e conectada, inspirado nas pessoas, valores e estilos de vida que criam nossa comunidade global. E continuamos a colaborar com as principais empresas e organizações do setor para elevar esta visão”, endossa Gleb, da Samsung Brasil.

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