Como comenta a Dra. Thaline Neves, a medicina fetal tem avançado significativamente nas últimas décadas, permitindo diagnósticos precoces e intervenções mais seguras durante a gestação. Isto posto, esses avanços possibilitam a identificação de gestantes com maior risco de parto prematuro, o que amplia as chances de um cuidado eficaz antes do nascimento. Interessado em saber como? Nesta leitura, você vai entender como a medicina fetal pode prever o parto antes do tempo, quais exames são indicados e quais condutas médicas são adotadas.
O que caracteriza um parto prematuro?
O parto prematuro ocorre quando o nascimento acontece antes da 37ª semana completa de gestação. Assim sendo, quanto mais cedo o parto ocorre, maiores são os riscos para o bebê, que pode apresentar dificuldades respiratórias, neurológicas e imunológicas, exigindo cuidados intensivos. Logo, a detecção precoce dos fatores de risco é uma estratégia decisiva para evitar complicações graves, de acordo com a médica proprietária da Clínica View, Thaline Neves.

Tendo isso em vista, a medicina fetal atua justamente nesse ponto: ao utilizar recursos como ultrassonografias específicas, exames laboratoriais e histórico clínico da gestante, é possível prever possíveis ameaças à continuidade saudável da gestação. Esse acompanhamento especializado é essencial para planejar condutas clínicas que preservem o bem-estar materno-fetal, conforme ressalta Thaline Neves.
Como a medicina fetal identifica riscos de parto prematuro?
A medicina fetal conta com exames e avaliações detalhadas que ajudam a identificar alterações anatômicas e funcionais precoces. Entre os principais indicadores de risco estão o encurtamento do colo uterino e sinais de infecção intrauterina. A avaliação cuidadosa do útero, placenta e líquidos amnióticos também pode revelar condições que favorecem um parto antes do tempo.
Dessa maneira, o exame de medida do colo uterino por via transvaginal é uma das ferramentas mais importantes. Ele permite mensurar com precisão a extensão do colo e, se necessário, iniciar intervenções como uso de progesterona vaginal, pessário obstétrico ou cerclagem. Por fim, segundo a Dra. Thaline Neves, o acompanhamento constante possibilita ações rápidas e seguras quando há alterações nos parâmetros esperados.
Quais exames ajudam a prever o parto prematuro?
Alguns exames se destacam por sua utilidade na previsão do parto prematuro. Esses recursos são aplicados principalmente em gestantes com histórico de partos anteriores antes do tempo ou com sintomas suspeitos. Isto posto, exames comumente utilizados na medicina fetal incluem:
- Ultrassonografia transvaginal do colo uterino: identifica o comprimento e a consistência do colo, sinalizando risco aumentado de trabalho de parto precoce.
- Dosagem de fibronectina fetal: detecta a presença dessa proteína na secreção vaginal, o que pode indicar risco iminente de parto.
- Avaliação do útero e da placenta: permite detectar anomalias anatômicas, descolamento ou inflamações que comprometem a gestação.
- Exames laboratoriais complementares: ajudam a identificar infecções e inflamações silenciosas, que podem desencadear contrações uterinas.
Esses exames são indicados conforme a avaliação médica e o histórico da gestante. Inclusive, é determinante individualizar cada caso, pois nem toda alteração representa risco real de parto precoce.
O que pode ser feito quando há risco identificado?
Ao identificar um risco aumentado de parto prematuro, a conduta médica é adaptada de forma personalizada. O objetivo é prolongar a gestação com segurança, evitar complicações e, sempre que possível, adiar o parto para um momento mais adequado ao desenvolvimento fetal. Entre as estratégias clínicas utilizadas, destacam-se:
- Uso de progesterona vaginal: ajuda a manter o colo uterino estável em gestações de risco.
- Cerclagem uterina: procedimento cirúrgico em que se coloca um ponto no colo do útero para impedir seu encurtamento precoce.
- Pessário obstétrico: dispositivo inserido no colo uterino com função de suporte, usado em casos específicos.
- Repouso relativo e acompanhamento frequente: algumas gestantes devem reduzir o ritmo e realizar avaliações mais regulares com a equipe obstétrica.
- Uso de corticoides: administrado para acelerar a maturação pulmonar do bebê quando o parto prematuro parece iminente.
Aliás, a tomada de decisão deve considerar tanto os achados clínicos quanto o bem-estar emocional da gestante, que também precisa de apoio psicológico nesse período de incertezas.
Quando procurar ajuda médica?
Toda gestante deve manter um acompanhamento pré-natal adequado desde o início da gestação. Porém, existem situações em que é essencial buscar orientação imediata. Sinais como dor pélvica persistente, contrações regulares, sangramentos vaginais e alterações no corrimento devem ser comunicados ao obstetra.
Como destaca a médica proprietária da Clínica View, Thaline Neves, quanto mais cedo o risco é identificado, maiores são as chances de sucesso nas intervenções. Por isso, mesmo em casos assintomáticos, o acompanhamento com um especialista em medicina fetal pode ser decisivo, principalmente para quem já passou por partos prematuros ou tem histórico de complicações na gravidez.
A medicina fetal como uma aliada da gestação segura
Em conclusão, a possibilidade de prever o parto prematuro por meio da medicina fetal representa um grande avanço na obstetrícia. Pois, ao utilizar exames específicos, analisar fatores de risco e adotar condutas individualizadas, os profissionais podem agir antes que o parto aconteça de forma inesperada. No final, esse cuidado proativo tem salvado vidas e reduzido complicações neonatais. Logo, a medicina fetal é uma aliada fundamental nessa jornada, oferecendo segurança, prevenção e respostas assertivas quando há qualquer sinal de alerta.
Autor: Nikolai Vasiliev