A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, defendeu a necessidade de uma atitude política para superar o atraso tecnológico em uma entrevista durante a abertura do Science20 (S20), um grupo de engajamento do G20 que reúne representantes da comunidade científica internacional. Segundo o ministério, é preciso ter uma abordagem política para enfrentar as assimetrias tecnológicas, especialmente em questões que envolvem interesses econômicos conflitantes, como inteligência artificial e transição energética.
A ministra destacou que o combate à desigualdade no acesso à ciência está no centro da presidência brasileira do fórum G20, que reúne as 19 maiores economias do planeta, a União Europeia (UE), e a União Africana. Ela afirmou que uma das estratégias para obter consenso em um ambiente global polarizado é a cooperação, especialmente entre países do Hemisfério Sul, cujas agendas e realidades são, muito
A ministra também destacou um “paradoxo” desafiador no caso brasileiro: o país é a 13ª maior produção científica do mundo, mas apenas a 49ª em inovação. Isso significa que a inteligência e a produção científica brasileira não se traduzem
O ministro defendeu a proposta do ministro da Economia, Fernando Haddad, de tributar os super-ricos, e também o acordo UE-Mercosul como estratégias para obter fundos para combater a desigualdade tecnológica e para as inovações em desenvolvimento pela sua Pasta, como economia digital , bioeconomia
O Science20, organizado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), se debruçará em cinco temas principais: bioeconomia, desafios da saúde, inteligência artificial, justiça social e processo de transição energética. Além de representantes da comunidade científica do Brasil, o evento conta com a participação de membros de academias de países como Argentina, Austrália, Canadá, China, África do Sul, além da Academia Mundial de Ciencia .
O S20 é um dos grupos de engajamento do G20 Social, formado por entidades da sociedade civil que enviarão recomendações ao fórum em diferentes aspectos dentro dos temas traçados como prioridade pelo governo do Brasil: combate à fome, pobreza e desigualdade, desenvolvimento sustentável e reforma da governança global. Pela primeira vez, os grupos enviarão suas declarações finais em julho, para que os Estados-membros possam analisar o conteúdo a tempo da Cúpula de Líderes .
A ministra também destacou a importância da cooperação internacional para superar o atraso tecnológico. Ela promove a cooperação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento como fundamental para combater a desigualdade tecnológica .
A ministra ressaltou que os desafios globais, como a mudança climática e a desigualdade, excluíram uma abordagem política para serem superados. Ela também exige uma abordagem macroeconômica para avançar nos grandes investimentos .
A ministra Luciana Santos defendeu a necessidade de uma atitude política para superar o atraso tecnológico e combater a desigualdade tecnocientífica. Ela também destacou a importância da cooperação internacional e da abordagem macroeconômica para avançar nos investimentos em ciência e tecnologia.